O Meleah Lef... | ![]() |
A milaya é um tipo de véu oriental que ganhou popularidade no Egito nas décadas de 30 e 40. Seu maior atrativo era que, apesar de esconder o corpo, por ser escuro e pesado era ao mesmo tempo revelador, pois o tecido era enrolado bem apertado ao redor do corpo.
Nos grandes centros urbanos do Egito, no Cairo e em Alexandria, esse véu era quase que obrigatório, fazendo parte da moda. Apesar de ter origem nos trajes humildes dos vilarejos, por ser inspirado nos xales usados pelos gregos de Alexandria, a milaya tornou-se item muito popular na moda egípcia.
Um acompanhamento tradicional para esse traje é a borrka, um véu tricotado para o rosto, com amplos buracos que acrescentam mistério ao rosto, em vez de cobrir, no sentido tradicional o islã.
Apesar de dançar profissionalmente não ser considerado “certo” as mulheres encontraram uma maneira de realçar ocasiões festivas e comemorações. Começavam a dançar lentamente com a milaya ‘laff, usando o gesto de enrolar e desenrolar como parte da dança.
O véu apertado e justo ao corpo mostrava as curva do quadril e da cintura. Assim, o véu era utilizado para criar um tipo de dança provocante, ainda que totalmente coberta. O progressivo enrolar e desenrolar do véu, jogando ora nos ombros, ora nos braços, se tornou a base para uma dança folclórica de Alexandria, que fala sobre a vida dos pescadores.
Antes dos homens irem para o mar, as mulheres dançavam de brincadeira no cais – uma dança no qual elas batiam os saltos dos tamancos ( sheb-sheb ), juntos, andavam rebolando os quadris, lançando aos pescadores gestos simulados.
As mulheres de aldeia do Egito já tinham iniciado essa tradição século antes, quando um simples lenço para ombros ou quadril era usado para enfeitar as danças nas festas familiares para mulheres ou nos encontros exclusivamente femininos. Na verdade, desde os tempos mais antigos, o lenço ou o véu tem sido parte integrante da Dança Oriental.
No comments:
Post a Comment